sábado, 10 de julho de 2010

UM MISTÉRIO E UM CENÁRIO FAMILIAR

11 de julho de 2010
Renatho Costa lança seu primeiro romance, "Os Meninos de Gateville", inspirado num gênero que sempre acompanhou e é sucesso de público em todo o mundo: o suspense
Um mistério, um personagem nebuloso e pitadas sobrenaturais. Características que aliadas a grandes tramas e textos envolventes viram best-sellers, como as obras de Stephen King e Stieg Larsson e, na televisão, são capazes de tirar o fôlego e criar uma legião de seguidores, como os telespectadores de "Arquivo X".
Para o dramaturgo Renatho Costa, tudo isto virou inspiração e um convite para se aventurar no gênero. Em seu primeiro romance, "Os meninos de Gateville", lançado há um mês pela editora Novo Século, ele adiciona cenários e fatos reais, que deixam o suspense ainda mais intrigante.
Quem mora em Jundiaí, por exemplo, vai se deparar com contextos familiares. É que a cidade está entre as citações do autor. Aliás, ele revela que foi aqui, mais especificamente no Centro, onde tudo começou, há exatos 11 anos. "Eu e meu amigo Rodrigo (Malagoli), que é webdesigner, tínhamos acabado de assistir o filme "As bruxas de Blair" e decidimos postar na internet pequenos diários de um crime. Tínhamos toda a história que, no estilo do filme, deixaria as pessoas em dúvida se era real ou não."
A história era ambiciosa, percorreria continentes, seria bilíngue, com nome de personagens em inglês para mostrar a internacionalização do projeto. Mas faltou patrocínio e a idea ficou guardada. Até que pouco depois Costa transformou os fragmentos em romance, guardado na gaveta e descoberto no ano passado pela Novo Século, num momento em que o mundo segue embalado por novos sucesso de vendas do gênero.
O enredo - Tudo começa em Nova York, depois que o escritor renomado Jimmy lança seu último livro, "Os 13 cantos dos Estados Unidos", em que narra, com requintes de crueldade, a saga de um serial killer. Mas o próprio autor se surpreende com o enorme interesse do público pelo assunto, entra em conflito emocional e decide se retirar para um lugar distante e desconhecido. Segue a Gateville, uma cidade no interior do Canadá que sequer consta no mapa.
Mas sua chegada coincide com o assassinato de um garoto de 10 anos, numa casa centenária onde estavam apenas outras três crianças da mesma idade, que criam um mistério acima de suas ficções e deixam Jimmy obcecado..
Durante 10 anos, ele tenta descobrir o que aconteceu na noite em que o garoto foi morto, descobre que no século 19 outra criança havia morrido no mesmo local e esta nova personagem passa a ser uma presença em sua vida. Percorre o mundo em busca dos três meninos que poderiam lhe indicar pistas, mas, a cada tentativa de aproximação, um novo distanciamento se dá, ao mesmo tempo em que Jimmy está cada vez mais em crise com seus próprios sentimos e o crime.
A trama se aproxima do desfecho quando o escritor fictício vem ao Brasil. É na praça da Matriz do interior que acontece uma das cenas triunfais. Mas o que tem Jundiaí a ver com o escritor de Nova York e os meninos de Gateville? Quem gosta de suspense sabe que a resposta tiraria o prazer de uma boa leitura. "Morei em Jundiaí, minha mãe ainda mora aqui, e a cidade é uma das referências para minha obra", diz Costa.
Planos - Autor de peças de teatro, ele diz que seu primeiro romance reflete suas influências de leitura e, como dramaturgo, revela que já deu forma a todos os personagens, mas quando questionado sobre se a ideia é, a exemplo de outros livros que o inspiraram, também chegar aos cinemas, Costa responde: "O visual do livro está muito claro para mim, mas seria muita pretensão pensá-lo como roteiro de um longa. Meu primeiro romance teria que ser algo que eu gostasse muito, por isso a história que escrevi é de suspense, e não houve nenhum planejamento de mídia por trás disso", afirma.
Além dos arquivos que ele revela ter de imagens do livro, Costa também mostra sua criativade além do texto na sequência de trailers que postou na internet sobre o lançamento de "Os Meninos de Gateville", uma pequena mostrar do que pode vir por aí.

ANDRÉA LAVAGNINI

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