domingo, 1 de abril de 2012

RESENHA - BLOG PSYCHOBOOKS

Segunda-feira, 30 de janeiro de 2012.

Hey Galera!

Editora: Novo Século
Páginas: 320
ISBN: 9788576793281
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Sinopse: Jimmy, um escritor de sucesso, vivendo um momento de absoluto conflito emocional, sai para uma viagem sem rumo e acaba chegando à Gateville. Lá, o escritor se vê diante do maior mistério que até então vivenciou ou criou em seus romances e, sem que planejasse, assume o compromisso de descobrir o que aconteceu na noite em que o menino Tommy morreu. No entanto, as três crianças que estiveram com Tommy, no dia do crime, deixaram a cidade e Jimmy passa a procurá-las por vários lugares do mundo. Durante a procura pelos meninos de Gateville, a vida de Jimmy vai mostrando um lado que nunca havia sido exposto. Será que descobrir o que aconteceu com Tommy trará a redenção de um passado? É só isso que Jimmy pensa enquanto segue pista a pista, cidade por cidade até chegar ao Brasil.

 
Jimmy é um escritor de sucesso que resolve tirar um tempo pra si mesmo longe dos holofotes e correria de Nova York e, ao se dirigir ao seu último compromisso oficial antes de tirar suas férias, ele acaba indo parar numa cidadezinha chamada Gateville, no Canadá.
O mais estranho é que ele aparentemente desmaiou em consequência do uso de alguns remédios e ficou desacordado por 3 dias. Ao finalmente chegar a cidade, ele se depara com um clima totalmente fúnebre na cidade, também pudera, uma criança de 10 anos foi brutalmente assassinada e ainda não há suspeitos do crime.

Investigar o crime tornou-se uma obsessão para Jimmy e ele não irá descansar enquanto não solucionar o caso e dar um pouco de paz a cidade e a sua própria consciência...

O livro é extremamente envolvente e misterioso. Jimmy segue várias pistas, mas na maioria sempre volta de onde parou. O escritor fez uma bagunça na cabeça do leitor, quando achavamos que era, não era, isso quando não surgia uma nova questão a trama.

Sinceramente, o autor perdeu o foco em alguns pontos e se estendeu demais em algumas divagações/descrições.

A ambientação do enredo, narrado em primeira pessoa, leva o leitor "viajar" na imaginação. Alguns acontecimentos do livro pareciam saídos do filme/game Silent Hill, (o autor até faz referência ao jogo) e a determinação do Jimmy em desvendar o mistério custe o que custasse me lembrou muito o Mikael Blomkovist da trilogia Millennium (já resenhada por aqui).

Achei o final da história surpreendente e, coisa rara de se acontecer, minha louca imaginação não conseguiu chegar a uma conclusão, nem ao menos chegar perto de descobrir o que realmente aconteceu.
A sensação que tinha era de que nunca conseguiria chegar ao final de nada, quanto mais procurava pistas sobre o paradeiro dos meninos de Gateville, mais me envolvia com outras pessoas e seus problemas passavam a integrar minha vida. Precisava, de qualquer jeito, fazer uma limpeza em tudo que havia conseguidor até então para saber se tinha algo que pudesse me ajudar a dar um rumo à minha vida.

Página 204


4 Estrelas

Neverending White Lights - "The Warning"
American Head Charge - "Just So You Know"
Fever Ray - "Keep The Streets Empty For Me"

RESENHA - BLOG A MENINA QUE AMAVA LIVROS


Quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012.

Resenha: Os Meninos de Gateville - Renatho Costa

Na mesma semana em que me deparo com críticas ferrenhas à literatura nacional, tenho a oportunidade de ler Os Meninos de Gateville, do Renatho Costa, um livro impactante e desconcertante. Terminei a leitura com a impressão de que as críticas que li estavam completamente equivocadas. Não sei o que a pessoa andou lendo, mas certamente não leu nada do Renatho, porque o seu romance de estreia é a prova viva de que a nova geração de escritores brasileiros está, sim, reagindo. E reagindo muito bem. Existe sim uma nova safra de escritores incríveis, que, infelizmente, permanecem ainda desconhecidos do grande público. Seria mais produtivo que pensássemos a razão disso ao invés de "crucificar" a literatura, que conta com nomes promissores - é só procurar! Acreditem em mim: vocês ainda vão ouvir falar desse autor.
Bem, se eu precisasse definir o livro em uma única palavra, seria arrebatador. Tive uma experiência literária marcante. Pela sinopse, eu já esperava um texto forte, mas não imaginei que mexeria tanto comigo. Em diversos momentos, tive que suspender a leitura para absorver tudo o que o autor estava transmitindo.
O que há de tão especial nesse livro?
Em primeiro lugar, é o livro de um escritor maduro, com uma carga psicológica intensa. Portanto, não é para qualquer um. Advirto que o contexto é dramático, pesado e triste. Algumas partes são angustiantes ou, como prefere o autor, desoladoras. Enfim, é um livro adulto, escrito para leitores maduros.
Dito isso, eu o caracterizaria como um thriller psicológico surpreendente. Um dos melhores que já li.
Jimmy (o protagonista) é um escritor renomado que, ao se deparar com um crime aparentemente insolúvel, mergulha em uma investigação que abre as portas de seu próprio passado. Hipnotizado pelo caso bizarro que assolou Gateville, cidadezinha do Canadá, Jimmy decide descobrir o verdadeiro autor do crime, o que coloca em risco seu trabalho e sua reputação, ao mesmo tempo que o obriga a se confrontar com os fantasmas de seu passado doloroso.
Uma narrativa excelente (na falta de palavra melhor para defini-la), em primeira pessoa, que nos prende do início ao fim. Como já disse, nada me preparou para o que encontrei nesse livro, uma vez que a sinopse não desvenda minimamente o enredo construído de forma magistral pelo autor. E digo magistral, porque Renatho construiu um protagonista difícil de definir, por não ser simples, comum ou caricato, e uma trama que revelou um estilo bem original. É esperado que em um romance dessa natureza, envolvendo crimes e mortes, haja um motivo e um assassino a ser descoberto. Contudo, em vários momentos, duvidei de que a verdade algum dia aparecesse. Não acreditei que o protagonista seria capaz de desmascarar o assassino, colocando um ponto final nas dúvidas e perguntas que assolavam a população de Gateville. E mais: duvidei que fosse capaz de regressar ao seu passado, que talvez estivesse perdido. Renatho não mantém o padrão clássico dos suspenses investigativos. O leitor não sabe se aquela história terá fim ou se será irrecuperável. E isso é muito instigante, porque não é óbvio.
Enfim, adorei o livro do Renatho, que já entrou para a minha lista de favoritos. Mais uma demonstração de que, muitas vezes, o regresso ao passado e a descoberta de nós mesmos é a chave para todos os mistérios.
Sinopse: Jimmy, um escritor de sucesso, vivendo um momento de absoluto conflito emocional, sai para uma viagem sem rumo e acaba chegando à Gateville. Lá, o escritor se vê diante do maior mistério que até então vivenciou ou criou em seus romances e, sem que planejasse, assume o compromisso de descobrir o que aconteceu na noite em que o menino Tommy morreu. No entanto, as três crianças que estiveram com Tommy, no dia do crime, deixaram a cidade e Jimmy passa a procurá-las por vários lugares do mundo. Durante a procura pelos meninos de Gateville, a vida de Jimmy vai mostrando um lado que nunca havia sido exposto. Será que descobrir o que aconteceu com Tommy trará a redenção de um passado? É só isso que Jimmy pensa enquanto segue pista a pista, cidade por cidade até chegar ao Brasil.
Sobre o autor: Renatho Costa começou a carreira escrevendo roteiros para vídeos institucionais, mas na sequência passou a trabalhar com teatro e teve vários de seus textos encenados (alguns premiados). Como um prolongamento da carreira dramatúrgica, Renatho passou a escrever contos e com Os meninos de Gateville estreia nos romances. Paralelamente à carreira artística, o autor também desenvolve atividade acadêmica, sendo especialista em Terrorismo e Oriente Médio.

RESENHA - BLOG PRÓLOGO DA LEITURA


Domingo, 18 de março de 2012.

OS MENINOS DE GATEVILLE - RENATHO COSTA

Título: Os Meninos de GatevilleAutor: Renatho Costa
Editora: Novo Século
ISBN: 9788576793281
Páginas: 319
Ano: 2010


Sinopse: "Algumas pessoas me esperavam em frente da casa e assim que pus o pé para fora se aproximaram para desejar boa viagem. Em seus olhos havia mais que simplesmente um 'adeus', tive a impressão de que queriam dizer 'até breve'. Mas com a incumbência de trazer a paz de volta a Gateville. Tinham me livrado do julgamento e eu teria de pafar de alguma maneira! Olhei para todos e agradeci. Talvez também tenham entendido que em meu agradecimento havia mais que um 'obrigado', havia uma promessa particular de tentar chegar ao fundo daquele mistério e encontrar o culpado pela morte de Tommy" (Novo Século, 2010).


Resenha: Já no primeiro capítulo somos apresentados a Jimmy, um escritor bastante famoso, que se encontre em uma "crise existencial", mas ao contrário do que seu editor Larry deduz, não é apenas uma crise habitual de uma autor que terminou de escrever seu romance. Jimmy, desolado e um tanto desorientado, decide fazer uma viagem com o objetivo de ficar algum tempo sozinho e reencontrar certa paz. Deizando Nova York em uma visagem sem rumo, foi parar na região dos Grandes Lagos, entrando no Canadá, se perdeu e após sofrer um acidente acabou em Gateville.

Em circunstâncias bastante estranhas o escritor se interessa por um velório ocorrido na Igreja da cidade, que descobriu ter sido de uma criança, uma menino chamado Rommy. O menino havia sido assassinado de forma brutal, e logo a situação do famoso autor, somada à sua curiosidade, acabaram transformando-o no principal suspeito.

“Percebi que se eu não encontrasse a resposta para aquele crime, logo me transformaria no principal suspeito. O difícil era falar do assunto com os moradores da cidade, aquela era uma ferida que ainda não tinha cicatrizado.” (pp. 28)

Na mira do xerife, ele fica alguns meses em Gateville recolhendo informações sobre o crime e se surpreende quando a população aceita sua presença. O caso foi encerrado, por falta de provas e ninguém havia sido indiciado, a passividade do xerife incomodava Jimmy. O escritor acreditava que o mesmo não estava juntando os fatos e recolhendo evidências e quando decide deixar a cidade leva consigo a promessa particular de encontrar o culpado pelo crime.
“Às vezes sentia que, onde quer que eu fosse, mais distante ficaria das respostas que estava procurando. Sempre surgiriam fatos novos e seria cada vez mais difícil criar um vínculo entre eles. Talvez minha sina fosse vagar pelo mundo à procura de algo que estivesse fadado a permanecer incógnito.” (pp. 156)
Obstinado Jimmy se embrenha em uma “caçada” às 3 crianças que eram até então as últimas pessoas que estiveram com a vitima, abrangendo países, como: Canadá, EUA, Inglaterra, França, País de Gales e Brasil. Segundo às conclusões do escritor, elas poderiam até ser consideradas testemunhas ou talvez podiam estar omitindo informações imprescindíveis para a solução do caso.
Entre assassinatos, suicídios, fantasmas, mães de santo, entidades, espíritos e almas penadas, Jimmy em meio a uma nuvem de mistério investiga por anos o caso e acaba redescobrindo fatos de sua própria infância. A verdade pode não ser a resposta para as perguntas do escritor e talvez não tragam a redenção que o mesmo espera, mas o crime mudou a vida de Jimmy e o mundo não pode esquecer o acontecido, como Gateville o fez.
A capa desse título de autor brasileiro tem tudo a ver com a estória, a leitura se mostrou fantástica, a forma como o escritor narra os fatos envolve o leitor, prendendo sua atenção de forma que se torna impossível ler apenas algumas páginas. Uma característica que se torna evidente no decorrer do livro é a coerência com que todos os fatos se agrupam para dar forma e sentido a toda trama, que, diga-se de passagem, ocorre em uma atmosfera bastante sinistra.
O autor inseriu nesse romance recheado de suspense e investigação, passagens que descrevem de maneira forte e consistente, violências cometidas principalmente contra crianças. Apesar disso, acredito que o caráter investigativo do livro se sobressai, o fato do personagem principal ser um escritor deu certo charme a narrativa.
 
 
Classificação: (4/5)