

Os meninos de Gateville é um livro que muda alguns modelos e faz com que o leitor não consiga deixar de ficar instigado pelo crime enquanto não descobre quem o cometeu.
E o mais legal é que parece que você está em uma armadilha que te prende aos poucos, e quando você vê já está completamente envolvido.
Quanto peguei esse livro para ler fui atraída pela capa e o gênero literário que me agrada muito. Já tinha visto no stand da editora Novo Século, quando fui com a escola na Bienal, mas acabei passando rápido e não comprando. Depois que um amigo comentou sobre ele, fiquei morrendo de vontade de ler. Ele disse que o livro era genial, e tals... Eu até achei meio exagerado toda essa propaganda, mas suave...
Quando comecei a leitura, percebi que não daria para parar. A construção do suspense é gradual, mas parece que a atmosfera criada por Renatho já estabelece uma expectativa no leitor. Quando você menos espera já está procurando pelos supostos assassinos de Tommy pelo mundo inteiro.
A capa do livro é um mistério à parte. Tão enigmática que possibilita inúmeras interpretações, mas que transmite uma sensação de desolação e tristeza. Isso acredito que seja perceptível facilmente. Também, se perceberem, na capa está esse homem caminhando sozinho por esse local frio (Gateville?)... deixando apenas suas pegadas... E, na contracapa, só vemos as pegadas. Esses aspectos da capa me chamaram muita atenção, mas somente depois que terminei a leitura e passei a apreciar o livro no intuito de descobrir alguma coisa além do que ele mesmo diz (isso guarda alguma relação com a trama e, para não estragar a leitura de outras pessoas, não comentarei).
E tem um ingrediente extra, a vida do personagem Jimmy (que eu li em algum lugar que seria bem parecida com a de James Dean, porque o autor é seu fã) é tão legal quanto a trama que envolve o assassinato do menino em Gateville, mas de uma angústia muito forte. E, por ser narrado em primeira pessoa, a impressão que se tem é de que o leitor está vivendo a angústia do personagem e que ela não acabará mais.
Poderia ser mais uma história boba de assassinatos, mas Renatho Costa conseguiu fugir das armadilhas que escritores iniciantes caem e transformou Os meninos de Gateville num romance maduro, muito bem estruturado e que cada capítulo, cada parágrafo, cada linha, cada palavra, cada letra é imprescindível. Enxuto na maneira de escrever e de objetividade ímpar.
Não vou entrar nas minúcias da trama porque ela é o grande show do livro. Mas gostaria de avisar que até agora poucas pessoas têm conseguido escapar dessa armadilha construída pelo autor. Quem abre o livro e “chega à Gateville”, vai ficando e quando percebe já está torcendo para que tudo se resolva logo para que possa voltar a sua vida normal.
É um livro que tem certo humor, um pouco ácido porém tem. E isso vamos percebendo com o desenrolar da trama. Enfim, um suspense de primeira e que merece ser lido por todos os amantes do gênero. E àqueles que não gostam desse gênero, o leiam porque essa história é muito mais do que isso.
Por fim, depois de dois dias eu tinha terminado o livro. E quando li a última página tive a sensação de 'dever cumprido' (não vou explicar o porque, porque né, seria chato tirar a surpresa de algumas pessoas!), e morrendo de vontade de saber mais...
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